sexta-feira, 30 de abril de 2010

O sabonete e a bolsa - A saga continua...

Após ganhar o sabonete de suas amigas, já em São Paulo, Ludmila escutou a aventura de ida e se conformou com o fato de poder esbarrar com alguém que já soubesse da existência de tal sabonete. A maioria dos que estavam naquela sala de embarque iam para São Paulo, mas não havia o que temer, a cidade era grande!

Muito trabalho para fazer, momentos para registrar, relatórios e o pobre sabonete ficou esquecido dentro da bolsa. Assim, quietinho, sem ninguém se lembrar de sua essência. Entretanto, seu cheiro perfumava a bolsa da inocente Ludmila...

Ao final da feira, deram-se conta do sumiço de uma máquina fotográfica. Não era uma máquina qualquer, era a máquina do Chefe. Sim, o Boss queria sua máquina fotográfica de qualquer maneira... Todos foram procurar: nos armários, malas, gavetas, bolsas...

Estava Ludmila ainda procurando quando o Boss, o Boss 2 e seus assistente chegaram para conversar com ela e perguntar se havia encontrado algo em sua bolsa. Ela, preocupadíssima, dizia que em sua bolsa não estava, que não havia colocado lá e, em um ato desesperado, despejou, sem pestanejar, todo o conteúdo da bolsa em cima da mesa.

Sem cuidado, atenção, carinho... Não se lembrava do pobre sabonete cheiroso que havia ganhado há 3 dias. Ele caiu em câmera lenta. Ludmilla tentava, como que numa missão impossível, capturá-lo no ar desesperadamente. A cara de pânico evidente, vermelha...

Os três olhavam para ela segurando o riso, perguntaram o que era ela ficou ainda mais sem graça! Não sabia o que falar, não precisava nem responder, a resposta estava na cara, quer dizer, no sabonete! No momento seguinte chegaram Julia e Lorena, se depararam com a situação e a única coisa que disseram, ao mesmo tempo, foi: “Ops!...”.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Suspeitíssimo...

"Amiga cadê tu? To preocupada com sua pessoa... Você sumiu? Seu celular desligado... Você não tá na net... Fomos no seu apartamento e ninguém estava no recinto... Mensagens enviadas em vão... Nenhum meio de comunicaçao obtive respostas...

Ai gente muito teeeeeeeeeeeeensooooo... Minha mente fértil tá viajando no porquê você está obscura em toda a minha procua de missão impossivel por você!!!! Aliás ou não quer saber mais da minha amizade; ou tá com dengue e tá internada; ou viajou com a tia; ou teve uma sapituka na corrida e tá de cama; ou tá internada; ou perdeu o cel; ou o cel foi bloqueado porque é roubado (hehehe); ou foi pra Nova Zelândia; ou está no país das maravilhas com um homem gato gostoso tudo de bom onde tem varios outros, e eu vou ficar puta se vc não passar o endereço dai (hahaha)...

Mais entãoooooooooooooooooo CADÊ VOCÊ!!!! Isso foi um grito desesperado pela sua pessoa...Socueeeeeeeeeeeeeeeero.....notícias, notícias, notícias... Por favorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!"
***Mals aê, querida amiga.... Esqueci meu celular (roubado) no escritório! Estou vivinha da silva, pelo menos por enquanto e, infelizmente, não estava no país das maravilhas!***

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Querido

Lembro bem da primeira vez que provei da dose amarga do amor findado. Lembrar de ti me sufocava. Fechar os olhos era tormento, pois meu desejo aparecia em sonho e sonhando acordada ficava imaginando minha vida se as coisas tivessem sido diferentes. E se, e se, e se... E se’s não servem pra nada quando nem ao menos se tenta, quando se foge covardemente do amor e da esperança, de se resgatar o sentimento já afogado em magoas e decepções.

Tu foste minha maior decepção. A partir de agora, nada que partir de ti será capaz de me iludir. Sei que quando se trata do nosso relacionamento também feri e também fiz sangrar, mas nada foi calculadamente pensado para machucar, como tu fizeste. Tenho consciência dos meus 50% de responsabilidades que constituem o 100% do nosso fracasso. Mas a ti, querido, faltou atitude para deixar o amor fluir, faltou dizer sim, ou não.

Depois do fim, passei dias na companhia de uma dor aguda, sofrível, com um sorriso despretensioso no rosto, como quem tenta se iludir que tudo está bem. Não estava, talvez nunca estivesse tudo bem, nem hoje. A culpa consumia minha já fraca e falha ilusão otimista; me perseguia sempre, onde eu e meus pensamentos estivessem.

Mas a culpa cedeu lugar à decepção quando tu reapareceste na minha vida. Tiraste as coisas do lugar, disseste o que queria para o meu ainda frágil e aberto coração. Possibilidade, chance, perdão, amor... Sim, sentimentos, aqueles todos, lembra? A flor da minha pele, mas só da minha... Do teu lado passei a ver egoísmo, egocentrismo, dúvida e confusão. Tu não sabias o que fazia, o que querias; ao passo que eu tinha certeza e nunca tive medo de arriscar e assumir.

Então tu te foste novamente, deixando dessa vez uma ferida ainda mais aberta a cicatrizar. Partiste sem medo ou com medo, e me deixou ali, frustrada, magoada, decepcionada, mais e mais decepcionada... Não entendo até hoje como foste capaz, como tivestes coragem, ou melhor, a falta dela. Dizem que o amor supera todos os obstáculos, dificuldades, traumas... Mas sem coragem não se enfrenta as dificuldades do amor, não se supera os traumas, nem se suplantam os obstáculos.

Pela última vez tu reapareceste, preferindo sua maldita omissão egoísta, calculando cada passo, sendo cruel. Mas agora, a melancolia que antes reinava soberana na minha paisagem, cedeu lugar à decepção, à cólera que pulsa a cada batida do meu coração. Vez ou outra o desânimo há de brotar, bem sei eu, mas, nunca mais, por ti, desejarei ser o silêncio depois da partida, a dor depois da morte, o vazio do mundo.

Não desejo que sofras como eu sofri, apesar de achar que seja inevitável. Quem não sabe enfrentar o que sente certamente terá problemas no coração e sofrerá ainda mais. Mas que as palavras ditas aqui ecoem pelo tempo, entregues ao alento, a espera de ouvidos que estejam dispostos a escutá-las... Pois o que digo sai do fundo da minha alma, do orgulho ferido, da minha esperança que nunca se exaurirá.

Estou certa de que nada disso será em vão, pois a mim, não basta um suspiro de vida. Eu a quero por completo. Eu quero uma vida de intensidades.

Desejando que encontre o amor algum dia, despeço-me corajosamente deste que, num passado pouco distante, foi o amor que senti por ti.

C.






Figura: Quadro de Pablo Picasso, Nudez Azul.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O sabonete e o Raio-X

Julia e Lorena estavam indo comer temaki quando foram surpreendidas ao sair do carro por um vendedor de sabonetes artesanais que Lorena quase havia atropelado... O cara era super simpático e até meio bonitinho, começou a fazer charminho porque Lorena quase o atropelou e depois de enrolar foi apresentar seus produtos...

Tinha sabonete de todos os cheiros, cores, formatos... E um deles era em formato “daquilo” é, daquilo... Então Julia ficou super empolgada com o sabonete, disse que era muito bem feito, além de cheiroso... E comprou 2 para dar de presente.

Um ela deu para a mãe de Lorena e outro deixou dentro da bolsa para dar pra uma amiga que encontrariam em São Paulo.

Dia seguinte, no aeroporto, ao passar pela esteira de raio-X o “sabonete” foi automaticamente identificado pelo técnico da segurança que supervisionava os objetos proibidos...

Julia não havia se dado conta de que “havia sido pega no flagra” e o segurança começou a puxar papo com ela com a maior cara de “aháaa eu sei o que você tem dentro dessa bolsa, senhorita...”. E Julia toda besta conversando, dizendo que tinha uma tesoura na bolsa mas que era de cortar sobrancelha enquanto o homem só olhava para ela, balançando a cabeça e rindo.

Mesmo assim ela não percebeu. Só se deu conta quando chegou na sala de embarque, muito cheia por sinal, e foi mexer na bolsa para pegar seu celular. Então falou bem alto para Lorena: “o homem do Raio-x viu meu pinto de sabonete, por isso que ele tava com aquela cara de safado... Que vergonha!”.

Nisso, todos na sala de embarque olharam pra ela...