Gênese
"Foi numa segunda-feira, durante a aula de sociologia, no momento no qual a professora, uma mulher baixinha, de cabelos ruivos ondulados, vestindo uma longa saia estampada de flores coloridas e uma blusa branca, com alguns colares rústicos pendurados no pescoço, fez o anúncio, que tudo começou:
- Cidadãos – disse ela – façam grupos com no máximo quatro indivíduos, por favor, para que eu posso explicar o trabalho em grupo.
Ao ouvir aquelas palavras meu estômago inflou, distendeu, embolou, alongou e voltou ao lugar deixando uma sensação de morte iminente por todo meu corpo. As aulas da faculdade já haviam começado há uma semana e eu não tinha falado com ninguém até então. Não conseguia encarar aqueles outros calouros sem sentir toda a força sobrenatural da natureza anti-social invadir minha razão e ser pulsada, a cada batida do coração, para todos os tecidos do meu corpo, deixando em minha face uma careta de medo, mas que bem poderia ser confundida com cara de quem tem dor de barriga.
Meus olhos estavam vidrados no verde quadro negro quando um rapaz loiro, magro, de cabelo esvoaçado e seu colega moreno, muito magro, de cabelo penteado vieram falar comigo:
- Oi, podemos fazer parte do seu grupo? – disse o menino loiro, já arrastando a carteira na minha direção.
Eu movi minha cabeça lentamente, tentando apagar do meu rosto os traços do pavor e encarei os dois guris. O silêncio foi interrompido pelo moreno, magro e penteado:
- Oi, ele perguntou se podemos fazer parte do seu grupo? – disse o guri, chacoalhando os braços animadamente na frente do meu rosto.
Quando abri a boca um grunhido fino fugiu da minha garganta. Pigarreei e assenti com a cabeça.
- Certo – disse o loiro. – Falta mais uma pessoa para o nosso grupo. Ei, você – disse ele acenando para uma menina no fundo da sala – Venha fazer parte do nosso grupo!
- Amigos – disse ela com um ar solene – infelizmente não posso fazer parte do grupo de vocês.
Eu esperava um “já tenho grupo”, mas ela cuspiu, pomposamente, isso:
- Porque essa menina – disse ela apontando o dedo inquisidor na minha direção – não vai com a minha cara.
Espantei-me com a reposta pronta da guria e minha mente logo me abarrotou com assertivas acerca da personalidade daquele ser apavorante que se erguia do outro lado da sala.
- Eu? – perguntei espantada, já que nunca tinha reparado na existência daquela menina magra de nariz empinado, usando uma estranha camiseta com os dizeres “Sou misteriosa e vingativa.” – E metida.
- Ahn, você falou o quê? – disse a Nariz Empinado, fazendo sinal pra eu falar mais alto que ela não conseguia ouvir do outro lado da sala.
- Guria, nem te conheço. – gritei eu - Mas se tu quiser fazer parte do grupo não me oponho.
A Nariz Empinado veio saltitando na direção do nosso grupo. Sentou na cadeira ao meu lado, abriu um sorriso de orelha a orelha e falou:
- Oi, meu nome é Camila.
Post-Scriptum: Muitas secas e epistaxias depois nós continuamos nos desentendendo. Sempre com muito amor."
Post-Scriptum: Muitas secas e epistaxias depois nós continuamos nos desentendendo. Sempre com muito amor."
Quem escreveu isso sabe o que fala...
4 Comentários:
Nariz empinado! ahiahiauiuahih
"Muitas secas e epistaxias depois nós continuamos nos desentendendo. Sempre com muito amor."
c'est vrai.
Tá, me perdi. Quem escreveu isso foi a Sis?
Tiraram nota boa pelo menos? hahaha
Sim, ela mesma... hehehe
E tiramos mtas boas notas juntas! NERDS! =P
A "sis" uiauiahiuahia
virou nome. xD
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