Sonhar?
Era uma vez uma criança sentada na calçada da rua em que morava, olhava para o céu enquanto pensava porque toda noite tinha o mesmo sonho. Não era um pesadelo, era um sonho igual! Não mudava, sempre a mesma coisa...
Não sabia o que significava o tédio nem a monotonia e não entendia porque os adultos não gostavam de sonhar. Todos seus amiguinhos sonhavam, ele também, mas no seu era tudo igual.... Não, não. Muito chato mesmo. Ouvia os sonhos dos seus amigos e ficava encantado, empolgado. Queria sonhar daquele jeito também.
Bravo e entediado deixou que as estrelas e o céu guiassem seus pensamentos. Estava cansado, havia brincado o dia todo na rua com seus amigos que estavam de férias junto com ele. Era fácil se deixar levar pelo simples pensar, pela vontade de simplesmente pensar diferente, sonhar diferente, fazer diferente...
Seus olhos ficavam pesados, as estrelas mais brilhantes. Começou a pensar que dia seguinte queria visitar o parque de bicicleta com seu irmão mais velho, não ficaria para traz dessa vez! Iria segui-lo, falaria pra mamãe que ia com ele e que teria que ir logo senão ficaria para traz... Aventura! Depois voltaria pela trilha que havia na reserva atrás da vila (sua mãe não podia nem imaginar!), cheia de subidas, buracos e troncos de árvores caídos. Também tinha um lago com uma pequena cachoeira que ele queria nadar a tarde toda naquele sol quente... Depois passaria na bomboniere do Seu Joaquim, roubaria umas balas e colocaria a conta do resto dos doces no nome de sua vó. Brincaria de pique-bandeirinha, depois terminariam de arrumar o projeto da casa d’árvore.
Adormeceu. Ali mesmo, na calçada... Acordou na manha seguinte com a luz do nascer do sol batendo no seu rosto. Havia planejado todo seu dia, ou havia sonhado? Não sabia, só sabia que podia fazer. Contaria para seus amigos que havia feito o que sonhara. Não era sonho, era realidade. E é isso que importa!
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